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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Alentejo, crónica de uma tragédia anunciada - Parte III


Após séculos de erradas e aniquilantes políticas ambientais, agrícolas, de valores e tudo mais que lhe queiramos chamar, surge como que num golpe de génio, a solução para o Alentejo: ALQUEVA. Esta barragem tinha como objetivo criar uma retenção de água que permitisse alagar cerca de 120he de campos agrícolas e dessa forma contrariar a desertificação do solo, prosperando-o. No entanto, os iluminados engenheiros hidráulicos não tiveram em conta a orografia do território. Assim, para a água ser drenada para as zonas com maior necessidade era preciso fazê-la subir através de estações elevatórias, hipótese que, pelos elevados custos associados, foi prontamente abandonada. Então optou-se pela pior das soluções: Redirecionar a água para uma cota mais baixa, coincidindo com uma zona extremamente rica em argila. Assim, como zonas extremamente impermeáveis que são, é óbvio que a água não se consegue infiltrar como era desejado. É inevitável! Estes solos não são solos que consigam reter grandes quantidades de água. É a sua natureza e aí não há nada a fazer. Dessa forma, e acumulando-se à superfície, esta acaba por se evaporar e por deixar na terra apenas os seus sais mineraisO que está a acontecer agora? Terras que sempre foram férteis desde a pré-história estão a ser queimadas pelos sais minerais resultantes da evaporação da água. É ancestralmente conhecido que o sal é deitado à terra para não fazer crescer uma única erva daninha. Daqui a 2 décadas, à semelhança do que acontece já no sul de Espanha, aquela zona será considerada “deadzone”, vítima de uma desertificação por salinidade. Mas, mais que isso eu diria, por insanidade mental daqueles que a provocaram.


FIM


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