Pode parecer estranho mas, outrora, o Alentejo foi uma área de floresta monumental, florescente e quase impenetrável. Desde o neolítico que povos sedentários escolheram esta zona para se fixarem e daí extrair o seu sustento, tal era a riqueza dos seus campos e a abundância de caça. Fenícios fomentaram aí trocas comerciais e a par dos Gregos trouxeram conhecimento sobre o cultivo de plantas tipicamente mediterrânicas. Os Celtas introduziram novas ferramentas, facto que intensificou o processo de desflorestação e desenvolveu a pastorícia. Com o Império Romano assistimos a uma nova forma de olhar o território através da consolidação da propriedade privada e os direitos sobre a terra, facto que contribuiu igualmente para uma desflorestação e secagem de terrenos alagados, como forma de criar condições para a expansão das áreas cultivadas. Seguiu-se a ocupação Árabe e por fim a reconquista Cristã. O Alentejo foi, desde sempre, um território riquíssimo quer a nível de recursos naturais como de atividade económica, suportado pelas mais variadíssimas influências culturais. Contudo, e assim como a maioria das crónicas trágicas, esta surgiu a par da ganância, no momento em que o homem se convenceu de que não estaria a lucrar tudo o que poderia realmente lucrar ...
(continua)
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