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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Amphibian's Place - II A ignorância mata


O SER HUMANO. Símbolo de excelência e unicidade a nível cognitivo. O único animal racional. Mas será assim tanto?

O segundo texto da colecção Amphibian’s Place pretende demonstrar a ignorância, discriminação e ingratidão do homem perante os anfíbios. É usual dizer-se que a ignorância mata. Nunca como agora esta expressão se aplicou melhor. Os anfíbios têm um papel importantíssimo nos ecossistemas assim como no equilíbrio de cadeias alimentares e sistemas naturais. Desde há mais de 200 milhões de anos que eles habitam o “nosso” planeta e já a civilização egípcia os reconhecia, fato é que o símbolo hieroglífico para “cem mil” tem a forma de um girino.
Vulgarmente apelidados de horríveis e nojentos, estes delicados animais são um útil aliado do homem no combate e controlo de várias pragas. São benéficos quer para os agricultores, uma vez que combatem pequenos insectos e outros animais que atacam as plantações como também para a saúde pública, já que nos ajudam a controlar a propagação de doenças, por vezes fatais, como a Malária ou Leptospirose, provenientes também dos insectos que caçam. Paradoxalmente ao que seria de esperar, aquele que mais ajudam é o seu principal predador. A nível da investigação médica e científica, algumas secreções cutâneas dos anfíbios possuem propriedades antí-séticas, analgésicas e até anti-cancerígena, que funcionam como fortes aliados no combate a vírus e outros agentes patogénicos. Cada vez mais, trazem novas esperanças na descoberta de cura para várias doenças, entre elas a SIDA.
Apesar de inofensivos, estes animais são constantemente perseguidos e mortos indiscriminadamente. São vulgarmente associados a diversos mitos e superstições, assim como indicados como venenosos e perigosos para o homem. Os anfíbios que temos em Portugal não são venenosos. Alguns possuem alguns mecanismos naturais de defesa mas, com cuidados básicos como lavar as mãos após um eventual manuseamento, são completamente inofensivos para nós. A juntar a isto estas criaturas têm de lutar constantemente contra outros factores decorrentes da acção do homem. Os fogos florestais, a indiscriminada destruição de habitats húmidos e a contaminação das águas contribuem para o facto de 2/3 dos cerca de 6mil anfíbios diferentes que se conhecem estarem ameaçados de extinção. A verificar-se isso, dentro de algumas décadas poderemos assistir à maior extinção em massa desde os dinossauros.
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Sapinho-de-verrugas-verdes, (Pelodytes punctatus)
Ourém

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